TRÊS ALMAS PERDIDAS: Trio formado por Carlos Eduardo Miranda, Jimi Joe e Edu K.
A Banda TRÊS ALMAS PERDIDAS abre o álbum ‘ZONA MORTAL ₢ 1984-1986’, a coletânea de Bandas do cenário rock e independente de Porto Alegre, que gravaram suas músicas entre os anos de 1984 e 1986.
ZONA MORTAL é um álbum em formato de fita cassete e também em vídeo, ambas pelo selo VORTEX e nele consta um registro da ‘Três Almas’.
TRÊS ALMAS PERDIDAS
Jimi Joe toca a guitarra e faz backing; o Edu K canta e toca o baixo e o Miranda, a bateria. A trilha foi composta pelo trio e a letra é do Jimi Joe. Apresentaram-se em show e gravaram apenas esta música ‘em estúdio’.
Jimi nos contou o que lembrava sobre a banda:
Era só nós três. Na real não tinha batera. A gente ficava criando loucuras e ensaiando no pátio da casa do Miranda. Fizemos um único show na “Pracinha da Scalp”, viaduto da Vasco da Gama (Porto Alegre – RS), e gravamos uma música na ISAEC da Carlos Gomes.
A gente se revezava [nos instrumentos]. Nos ensaios, que eram também laboratórios de composição, a gente tocava de tudo: muita percussão, violões, e uma parafernália de instrumentos que o Gordo tinha na casa dele.
A bateria de ‘Terminal’, única gravada do Três Almas, foi mesmo tocada pelo Miranda. E no nosso único show, ele também tocou bateria e encerrou depois de umas 4 ou 5 músicas alegando que tinha ‘começado a suar’ e ‘isso não era legal’!
Gravamos ‘terminal’ para tocar na rádio Ipanema FM.
Na semana que a gente largou a fita na Rádio, a Legião Urbana estava fazendo shows pela região metropolitana (Porto Alegre) e o Renato Russo visitava a Rádio Ipanema quase todos os dias daquela semana. Ficaram hospedados na casa de uma amiga do Nilton Fernando (Ipanema FM) e escutando a rádio diariamente.
Numa destas visitas falei para o Renato que estava com uma banda nova e dei uma fita K7 pra ele com a TRES ALMAS PERDIDAS. No dia seguinte ele voltou na rádio e me disse que tinha ficado impressionado com a barulheira!
Na apresentação do ‘Três Almas’, no ‘festival punk’ da Scalp, o Miranda estava naquela fase cabelão Jesus/Rick Rubin e os punks ficaram nos xingando e chamando ele de hippie. Quem registrou em vídeo e fez o documentário da gravação foi o Alex Sernambi.
No dia 5 de julho de 1986, Juarez Fonseca publicou uma nota no Jornal ZH (PoA) sobre eles:
Mas falando no Carlos Eduardo Miranda, lembro que vi em sonhos uma coisa quase estranha. Estariam ele, mais o Jimi Joe e o Edu K., ensaiando um novo grupo? Se for verdade, suspeito de que não vá sobrar pedra de isopor sobre pedra de isopor. Disse-me o sonho que eles fincarão bandeira em todos os ritmos e instrumentos inclusive pás, foices, martelos e marimbaus. E como os sonhos são sempre povoados de delidos, não acredito muito que o show da banda nova tenha a participação especial de Onan, como me foi transmitido. Uma virgem é muito melhor, na maioria das vezes.
TERMINAL
Uma história
Na memória
A falsa glória de um herói
Os crápulas sempre vencem
Os crápulas nunca temem
(..)
A sua morte está por um fio
A sua vida está por um fio
A sua morte está por vir
A sua morte está passando
(..)
Morrer não vai adiantar
As pessoas vão continuar
A falar mal
Uma história
Uma memória
A falsa glória de um herói
Os crápulas sempre vencem
Os crápulas nunca temem
O Juízo Final