Relicário do Rock Gaúcho

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[PRESS] Documentário “Sobre Amanhã” destaca a importância da banda DEFALLA

Documentário “Sobre Amanhã” destaca a importância da banda DeFalla. Com direção de Diego de Godoy e Rodrigo Pesavento, produção integra mostra de longas gaúchos exibida fora de competição no Festival de Gramado. Transcrição na íntegra.

A trajetória do DeFalla, uma das mais celebradas bandas do pop rock brasileiro, abre a seleção de longas-metragens gaúchos inéditos que serão apresentados em mostra paralela do Festival de Gramado a partir desta segunda feira. Com direção de Diego de Godoy e Rodrigo Pesavento, o documentário Sobre Amanhã, título de uma das canções mais conhecidos do grupo, tem sessão às 16h no Palácio dos Festivais. Os diretores têm como eixo da narrativa o reencontro da formação clássica do DeFalla em 2011, após mais de 20 anos, para um show em Porto Alegre, no qual tocaram na íntegra seu cultuado primeiro LP, lançado em 1987.

– Sempre quisemos fazer algo com o DeFalla, mas a banda estava dispersa pelo país – diz Diego. – O Castor, por exemplo, mora em Maceió. Mas em 2010 eles andaram se reunindo e em 2011 resolveram celebrar o primeiro disco da banda com um show no Beco. Foi aí que pensei que um documentário sobre o surgimento do DeFalla e seu impacto estético no rock nacional seria um foco muito mais interessante do que o resto da carreira da banda. Penso que, feitas as apresentações através do nosso filme, quem quiser que pesquise os outros discos deles.

Edu K (vocal), Carlo “Castor” Daudt (guitarra), Flávio “Flu” Santos (baixo) e Biba Meira (bateria) relembram em uma mesa do Bar Ocidente causos da efervescente cena roqueira que emergiu na Capital nos anos 1980, em meio a trechos da histórica apresentação no palco do Beco e imagens de arquivo. Depoimentos de nomes como o produtor Carlos Eduardo “Gordo” Miranda e o músico Edgard Scandurra sublinham a importância do DeFalla, que segue na ativa, como exemplo de inventividade e transgressão no rock nacional. Sobre a garimpagem do material de arquivo, Diego destaca:

– Duas pessoas são seminais na preservação da memória da banda: Roberto Andrade, dono da Prisma, produtora que, nos anos 1990, registrou e fez muita coisa para o rock gaúcho, e a Polaca Rocha, que guardou este acervo. A Biba Meira tinha um clipping bem completo com recortes de jornal e fitas VHS com as apresentações no Teatro Presidente, um dos eventos mais doidos da nossa cena roqueira. Quem viveu, sabe.

Formação clássica do DeFalla se reúne pela primeira vez em mais de 20 anos ((foto)

Sobre Amanhã destaca os passos da banda até esses citados shows no Teatro Presidente, em 1989, quando o que deveria se a apresentação do segundo disco, It’s Fuckin’ Borin’ to Death (1988), acabou por ser a antecipação de faixas inéditas do terceiro, o pesado Screw You! (1989), surpreendendo os fãs com a fase hard rock que motivou a saída de Biba da banda.

Exaltado no documentário como um artista irreverente e visionário sintonizado com as tendências da cultura pop que, nos anos 1980, demoravam a ter repercussão no Brasil, Edu K imprimiu no DeFalla diferentes sonoridades até se dedicar à carreira solo e ao trabalho como requisitado produtor – entre idas e vindas, ele foi o único integrante original a participar do último registro em estúdio da banda, Sodapop (2003).

Na sequência da reunião e da produção de Sobre Amanhã, o DeFalla deu início às gravações de seu novo disco, Monstro, e sofreu o desfalque de Flu, substituído por Carlo Pianta, que integrou a primeira formação do grupo, um trio, com Edu K e Biba. O álbum ainda não tem previsão de lançamento.

– A gente se concentrou no disco de 1987. O material novo surgiu a partir das reuniões seguintes deles, quando fizeram mais alguns shows e até um crowdfunding para o disco novo, que não chegou a rolar. Aliás, o que mais me surpreendeu negativamente foi o bizarro desinteresse da nova geração por eles. O Edu e o Flu são caras que continuam presentes na vida cultural da cidade, mas nestes shows não vi praticamente ninguém além dos fãs da época. E logo uma banda que sempre esteve à frente do seu tempo, que não soa datada. Revival não explica isso. É ação do imponderável – afirma Diego.

Fonte (Publicado em 10/08/2015 – consultado em 10/12/2020) https://gauchazh.clicrbs.com.br/

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