“Se tudo der certo, será a única apresentação“.
– E deu errado!
“Frangotes, darkosos e burguesotes serão agradavelmente barrados na entrada” do Bar Ocidente, onde estrearia a banda A Vingança de Montezuma. “Trata-se de uma tomada de assalto” com inicio marcado para depois das 23hs, sob a liderança de Carlos Eduardo Miranda. “Uma noite pra botar Porto Alegre num saco“.
O Release dizia assim:
“Pegue garrafas vazias, instrumentos nada convencionais. Vagas idéias sobre pátria, origens, influências e confluências. Misture alguns poetas do Julio Reny, Jimi Joe, Augusto dos Anjos, Qorpo Santo e Mario de Andrade. Junte e besunte Edu K na guitarra, Cláudio Garcia (criador de instrumentos de percussão) na bateria, Gilmar na percussão convencional e Tânia Valins na outra. Mais Black (Bambas da Orgia) no baixo e o agitador Miranda cantando, gritando, arfando, fungando e tocando sintetizador. Misture bem e leve-os ao estúdio. No fogo árduo, faça-os dançar. Dois meses depois e o molho está pronto para ser sorvido sem subsídios. Para beber, um coquetel 3ª mundo, preto e seco. Sobremesa, Cartão postal da Bahia. O sabor, a cor, o efeito e o prazer da demência dá uma espécie de carnaval do fim do mundo”.
Fonte: Jornal ZERO HORA, no dia 26 de março de 1987