Relicário do Rock Gaúcho

Acervo de publicações sobre a  cultura e a história do Rock Gaúcho em textos, imagens, áudio, vídeos, dados, raridades e artigos na mídia digital.

[PRESS] Revista Fanzine de Curitiba – PR, destaque com a banda DEFALLA

Revista FANZINE J Curitiba-PR, ano de 1985

 

E já não havia isso…

Agente sabe que todo começo, para qualquer banda de rock, é difícil. E bota difícil nisso. Quem nunca viu unia guitarra feita em casa? Vovó? Pois não sabe o que está perdendo. E ai que todo bons guitarrista começa. Sem essa de ter uma puta guitarra Importada para aprender as primeiras posições. Assim começam grandes coisas. Guitarras de segunda e baterias (dem. Mais que desejo, uma idéia se concretize sua música. As tribos urbanas que vate perdoem, digladie-se os indivíduos com seus moicanos, não interessa.

Trouxemos à redação do Fanzine dois representantes de grupos que estilo na batalha, em busca de uso espaço para mostrar o que sabem e o que gostam.

FRANCISCO UTRABO do MÁQUINA ZERO (CWB) e EDU K. DO DEFALLA (POA), que falam do que esperam da música, não só de rock mas de tudo.

Tudo que é velho é jogável? E aquele lance dos Pistols: (a gente odeia todo mundo)? Isso influenciou multa gente na época, é babaquice? NÃO!!

F.U. “Foi uns engasgo na garganta dos caras que tinha que ser naquela época”.

R.F. Mas só naquela época?

F.U. “Não, naquela época é que culminou”.

Edu: “Acho que o punk rock nada mais é do que avisar os caras que: isso aqui é o rock”.

F.U. “Também tem o lance da idolatria pois na época todo mundo curtia o DEEP PURPLE, BLACK SABBATH’, LED ZEPPELIN. Que toda aquela postura pomposa, não tinha nada à ver. “Chegou a uns ponto que o pessoal que curtia 1.1111 bois. rock começou a se decepcionar e alguém tinha que gritar alga. 1313 coisa.

Edu: “O rock tem alguma coisa de adolescente”.

F.U. ” E isso já não havia”.

EDU: “Hoje tem muitas coisas boas… Sigue Sigue Sputnik, o som deles é Giorgio Morder, mas é urna coisa legal de ouvir. E uma coisa tri-careta e eles assumem que são picaretas’

Chega de apologias, o que nos interessa de imediato é: qual é a do bairrismo no Brasil?

F.U. “existe esse papo. Isso é que é tecida. Não é que tenha que existir unia união babaca, ripo LIVE AID, algo assim suas altruísta. A moçada tens que deixar de certas idolatrias, certos dogmas, certos dálmatas. E ficar ah fazendo som …

Edu: Tem uns lances do bairrismo que são bons, por exemplo: eu gosto duns caras e gosto das bandas da cidade deles.

F.U. O bairrismo que eu acho legal, que os caras usam muito mal, é papo das regiões… Brasil é um puta país. lio lance do sotaque? Léo Jaime você pensa que é carioca. Os caras vão cantar e não preservam certas coisas como o timbre. Neguinho já tira sarro ‘bah, tchê’.

Edu: Por isso que eu acho que deve acabar essa História de eixo Rio—SP. O cara tem que viver em sua cidade para manter a raiz do sons”

F.U. Muitos criticam o que é feito aqui, (o que nos interessa), por exemplo: o caso dos inocentes, saiu uma reportagem na qual o Clemente falava: ‘Nada é legal, hoje, aqui. Tudo lá tá maus e quem tá por cima é MPB ainda e ninguém lá fazendo nada.’ Eu acho uma puta ignorância. Eles tens unir a música que chama Expresso Oriente que você escuta Killing in Arab do Cure e é a mesma coisa. Se você vai no Rose Bom Bom, não escuta um som brasileiro, só escuta música importada. Legal … Por exemplo tem uns rock usando uma cédula de baião e os caras torcem o nariz. Eu acho que não deixa de ser rock. Mas também não dá pra fazer ‘fusion’, é usar os elementos da terra”.

Edu: Se ocara acha que isso não é rock, então não vou fazer rock. Eu quero uma música que pode assumir qualquer elemento”.

Bairrismo serve para que os elementos de fora do som de cada grupo interfiram no trabalho destes. E o caso das gravadoras, suas grades e músicas de trabalho num meio em que tudo munda acaba cedendo. E o caso do Muzak, seu disco não chega nem aos pés do sons de seus show. É limpo.

O horizonte está negro? Não há luz no final do túnel? Chamem o Wolfgang Silva.


[Transcrição OCR]

 

Deixe um comentário

error: Está gostando de ler?